segunda-feira, janeiro 23, 2012

Bahia que teima ser província

Eis a Bahia...

Seu principal quadro nacional retoma para fincar as bases de transformações do governo J. Wagner, e muito mais que isso, apontar um futuro desconhecido para região ainda atrasada nas questões sociais e principalmente na infraestrutura, ciência, tecnologia, na mentalidade. Gabrielli retorna para fazer do seu estado não uma passagem de verão, como muitos artistas e intelectuais fazem. Não uma mera alegoria "jorgeamadiana", uma ilha, um paradigma esgotado. Ele poderia ir para um posto internacional, viver prestando consultoria no Oriente Médio ou na China. Aliás, ele foi responsável por não deixar a Petrobrás cair no discurso privatista, e torná-la símbolo de um país que ingressou entre as potências mundiais. Poderia ser facilmente ministro federal. Ha, a Bahia? Poderia ser apenas para tomar água de coco, comprar uma casa na ilha de Itaparica e esperar a ponte ficar pronta.

Mas eis que a Bahia, ao invés de preparar os confetes, prepara o punhal para o seu retorno. Nenhuma liderança política, mesmo do seu partido, se antecipa para defender Gabrielli. Talvez alguns queriam, primeiro, ter garantia de qual secretaria terão caso ele seja governador em 2014. Outros ainda almejam ser candidato, mesmo que seja na base do pagar 100 para o vizinho não ganhar 50. Por enquanto, versa o discurso da Globo, que o tratou como mera indicação política de Lula, que deixou a Petrobrás em baixa num mercado financeiro - sem credibilidade. E isso é reverberado por blogs locais de quinta categoria, ou mesmo opositores como Geddel Vieira Lima. Bem vindo Gabrielli, você retorna a Bahia. Ao que já passou incólume por crises de dois governos, terá aqui a sua principal prova da vida: continuar a querer transformar o lugar que ama, mas que teima ser uma província.