O que explica a blindagem da imprensa a diretoria do Vitória?
Ao
longo dos últimos quatro anos jornalistas tricolores fizeram muito
mais que torcer pelo seu clube, eles criticaram, investigaram,
apontaram problemas e soluções que tornaram clube e torcida mais
fortes, ou melhor, menos fracos. Dois desses profissionais cabem
serem destacados: Nelson Barros Neto e André Uzêda. No caso de
Barros, mais do que fanático, também responsável pelo site
Ecbahia.com. Já Uzêda enfrenta a ira de dirigentes e do radialista
José Eduardo, o Bocão, sob ameças de violência. Ficou a cargo de
ambos diversas reportagens como a o esquema envolvendo a Calcio, OAS
e Conselheiros com atletas da base:
http://www.ecbahia.com/imprensa/noticia.asp?nid=23426 ;
a Relação de desvios de recursos do banco Opportunity, Bahia/SA e
até a venda de Daniel Alves
http://www.ecbahia.com/imprensa/noticia.asp?nid=15522 ;
Prejuízo de R$ 18 milhões noa balanço 2011
http://www.ecbahia.com/imprensa/noticia.asp?nid=23999
;
Os impasses para realização de eleições diretas no clube:
http://www.ecbahia.com/imprensa/noticia.asp?nid=14017 ;
O fato de Maracajá presidir ilegalmente o clube
http://www.ecbahia.com/imprensa/noticia.asp?nid=11688 .
E
sob o Vitória nos últimos anos, quais foram as reportagens que
investigaram os problemas do clube? O que justifica esta blindagem a
diretoria? Por quê profissionais rubro-negros assumem esta posição?
Por quê o torcedor que crítica é menosprezado?
Talvez
o problema esteja numa questão psicológica: rubro-negros acham que
enaltecer o clube é assumir o lado irresponsável da imprensa prol
Bahia. Talvez esteja numa cultura herdada por Paulo Carneiro e
repassada a profissionais dentro e fora do Vitória: criticar
qualquer coisa é depor contra a Toca do Leão. Não tenho dúvidas
que existem alguns casos motivados de ordem (anti) ética, ou mesmo
crença que a atual diretoria e figuras como Ricardo Silva merecem
algum crédito ainda. Porém, prefiro destacar as questões
psicológicas e culturais.
Recentemente,
só o radialista Renato Lavigne questionou de forma aberta o
encaminhamento de Alexi Portela a derrocada do clube na Série B. O
grande amigo Alexandre Lyrio, repórter do "Caderno A" do
Correio*, fez uma matéria recente sobre a máfia dos flanelinhas no
estádio Pituaçu. Olhe bem, Lyrio não é repórter de esportes, mas
vou esperar dele uma matéria sobre para onde vai o dinheiro e quem
são os reais proprietários dos estacionamentos da entrada do
Flamboyant no Barradão. Já o velho e respeitável brother, Marcelo
Sant´Ana, tricolor roxo, solta umas pitadas críticas sobre
orçamento e planejamento do Vitória no Correio*, bem menos que o
Bahia, é verdade, mas creio que seria melhor um rubro-negro fazer
isso.
Obviamente,
não estou falando de torcedor-profissional que se gaba nas redes
sociais por ter feito a cobertura das últimas tragédias
rubro-negras. Ou mesmo que permite ou estimula uma capa como a do Correio* após a perda do título na Copa do Brasil. Deste naipe, as redações estão recheadas, de ambos
os lados, menosprezando o amor ao futebol, vivendo da desgraça, tendo como ícone José Eduardo. E o problema não está em assumir o clube do coração - particularmente não dou credibilidade a hipócrita maioria que diz
ao vivo ou escreve no impresso "torcer apenas pelo futebol da
Bahia".
O
que merece méritos são os profissionais que impulsionaram o Bahia
voltar a ser destaque do futebol estadual, e ao mesmo tempo
envolvimento do torcedor, tanto em campo, tanto em planejamento da
diretoria e até oposição. Uma geração que amargou por quase 20
anos domínio ou um equilíbrio levemente superior rubro-negro, mas
que mostrou que os tempos passaram.
Agora
é a vez dos profissionais rubro-negros se livrarem dos estigmas pós
década de 1990. Adelante, porque espera-se deles investigação da
diretoria e valorização do torcedor que a crítica, mesmo subindo à
primeira divisão. Adelante, porque aqueles que continuarem a
compactuar com a mediocridade no Barradão serão páginas viradas na
história, símbolos da era Alexi Portela.
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