quarta-feira, julho 01, 2015

30 de junho: um dia de vitória contra o neocolonialismo e racismo



O ponto mais importante na coletiva de Dilma no último dia 30 de junho foi reconhecer que Brasil e EUA têm em comum a experiência com a escravidão. Não se trata de um acaso colonialista, e sim marca na constituição de dois estados-nação. Ambos, só podem discutir qualquer modelo de democracia tendo isso como pedra fundamental.

Por isso, reconhecer a força desta nefasta instituição é chave para desnudar a sincronia entre o neocolonialismo expresso na repórter da GloboNews e o fascismo liderado por Eduardo Cunha na sessão de ontem na Câmara dos Deputados.

No caso brasileiro, é recorrente vir de parcela majoritária das nossas elites uma suposta inferioridade do país, e consequentemente do seu povo. Nessa lógica, somos incapazes para disputar as grandes narrativas históricas. E quem tem que pagar por isso? A ferro e fogo aqueles que são tratados como a fardo do nosso atraso: o povo. Este povo tem cor predominante: preta!

Não por acaso esses discursos retrógrados se exacerbam quando a população negra se organiza de forma mais contundente no país. Enquanto os partidos se dilaceram, e os modelos etnocêntricos de movimentos sociais também, mais uma vez os laços de solidariedade entre a população negra se fortalecem para enfrentar essa ofensiva, e pautarem o discurso no parlamento.

ps: um salve para Orlando Silva (PCdoB-SP) e Benedita da Silva (PT-RJ). eles fizeram os discursos mais comoventes e articulados da noite.