domingo, maio 15, 2011

Com tiranos não combinam rubro-negros corações!


Com tiranos não combinam rubro-negros corações!
ou o Fim da Era Barradas II

Sinceramente, senti poucas emoções nesta final trágica contra o Bahia de Feira. Todos os gritos que lancei nas arquibancadas foram de fundo basicamente racional, contra a diretoria e o técnico. Por alguns instantes achei que o torcedor acompanha a atual gestão num tom alienado. Nenhum protesto, somente críticas sem emoção e dispersas em jogadores, técnico e até no juiz. Não havia se quer um clima fúnebre ao sair do Manuel Barradas

Depois pensei bem... . O que estava em falta era a paixão. Sim! Os rubro-negros em 2011 estão sem apego aos jogadores, as cores, aos cânticos e ao estádio. Sim, a torcida do Vitória precisa de motivação, ser cativada, acolhida. Foram cinco anos de gás descomunal entre a Série C e a final Copa do Brasil. A direção não soube aproveitar o embalo, continuou a desqualificar o público no estádio, não contratar bons profissionais, não fazer ações de marketing. A torcida cansou, não sente a recompensa de atravessar a cidade num aguaceiro, pegar engarrafamento, ruas estreitas e ônibus cheio para ver uma final insossa.

Continuo a achar que a Era Barradas chegou ao fim. Não apenas o estádio, ultrapassado e já carregado de decepções. Mas também o comando do clube por sobrenomes como Portela, Tanajura, Falcão, Rocha, Barradas e etc. O Vitória deixou de ser um clube segmentado, decidido por famílias em tom amador. Agora é fato, os dirigentes comandam uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do país.

Paulo Carneiro era um "novo rico" sem a veia aristocrática, capaz de idéias mirabolantes para estimular a massa, além de tato empresarial fundamental ao futebol. Após a sua saída parecia ser o fim da época dos tiranos. A torcida, talvez como numa antes em sua história, tinha assumido os rumos do clube. Porém isso se limitou as arquibancadas, aos salões dos aeroportos e as ruas da cidade.

Faltou àqueles que dirigem a capacidade de responder aos anseios. Criar mecanismos para a paixão ser materializada no dia a dia do clube e propiciar as conquistas almejadas. Sinto que os briosos rubro-negros herdaram desta terra o desejo por fazer das suas mãos transformações vinculadas ao mais fresco espírito do tempo, como na Revolta dos Búzios.

Eis que o Movimento Somos Mais Vitória se apresenta como alternativa para dar liberdade a essa paixão estancada. Se por enquanto não é possível uma participação mais igualitária e principalmente conquistas, é a hora de radicalizar, porque o lema é: Com tiranos não combinam / Rubro-negros corações!